POLIAS E CORREIAS  

 

As vezes, pequenos problemas de umas empresas podem ser resolvidos com soluções imediatas, principalmente quando os recursos estão próximos de nós, sem exigir grandes investimentos.

   

Por exemplo: com a simples troca de alguns componentes de uma máquina, onde se pretende melhorar o rendimento do sistema de transmissão, conseguiremos resolver o problema de atrito, desgaste e perda de energia. Esses componentes - as polias e as correias, que são o assunto da aula de hoje.

 

POLIAS

 

           As polias são peças cilíndricas, movimentadas pela rotação do eixo do motor pelas correias.

   

Uma polia é constituída de uma coroa ou face, na qual se enrola a correia.

 

     A face é ligada a um cubo de roda mediante disco ou braços.

 

TIPOS DE POLIA

   

         Os tipos de polia são determinados pela forma da superfície na qual a correia se assenta. Elas podem ser planas ou         trapezoidais. As polias planas podem representar dois formatos na sua superfície de contato. Essa superfície pode ser plana ou abulada.

        A polia trapezoidal recebe esse nome porque a superfície na qual a correia se assenta apresenta a forma de trapézio.

 

        As polias trapezoidais devem ser providas de canaletes (ou anais) e são dimensionadas de acordo com o perfil padrão da correia a ser utilizada.

 

A polia plana conserva melhor as     correias, e a polia com superfície abaulada guia melhor as correias.

As polias apresentam braços a partir de 200 mm de diâmetro. Abaixo desse valor, a coroa é ligada ao cubo por meio de discos.

Essas dimensões são obtidas a partir de consultas em tabelas. Vamos ver um exemplo que pode explicar como consultar tabela. Imaginemos que se vai executar um projeto de fabricação de polia, cujo diâmetro é de 250 mm, perfil padrão da correia C e ângulo do canal de 34º.

 

Como determinar as demais dimensões da polia? Com os dados conhecidos, consultamos a tabela e vamos encontrar essas dimensões:

 

T:  15,25 mm

 

S: 25,5 mm W: 22,5 mm

 

Y: 4 mm Z: 3 mm

 

H: 22 mm K: 9,5 mm

 

U = R: 1,5 mm X: 8,25 mm

 

C Diâmetro externo da polia: 250 mm Ângulo do canal: 34º

 

    

 

 

           Além das polias para correias planas e trapezoidais, existem as polias para. Cabos de aço, para correntes, polias (ou rodas) de atrito, polias para correias redondas e para correias dentadas. Algumas vezes, as palavras roda e polias são utilizadas como sinônimos.

 

No quadro da próxima página, observe, com atenção, alguns exemplos de polias e, ao lado, a forma como são representadas em desenho técnico.

 

Material das polias

 

Os materiais que se empregam para a construção das polias são ferros fundidos (o mais utilizado) e aços. A superfície da polia não deve apresentar porosidade, pois, do contrário, a correia irá se desgastar rapidamente.

 

   

As correias mais usadas são planas e as trapezoidais. A correia em V ou trapezoidal é inteiriça, fabricada com seção transversal em forma de trapézio. É feita de borracha revestida de lona e é formada no seu interior por cordonéis vulcanizados para suportar as forças de tração.

O emprego da correia trapezoidal ou em V é preferível ao da correia plana porque:  Praticamente não apresenta deslizamento;

Permite o uso de polias bem próximas; Eliminam os ruídos e os choques, típicos das correias emendadas (planas).

    Existem vários perfis padronizados de correias trapezoidais.

 

   

Outra correia utilizada é a correia dentada, para casos em que não se pode ter nenhum deslizamento, como no comando de válvulas do automóvel.

 

 

 

          Os materiais empregados para fabricação das correias são couros; materiais fibrosos e sintéticos (à base de algodão, pêlo de camelo, viscose, perlon e náilon) e material combinado (couro e sintéticos).

 

TRANSMISSÃO

   

Na transmissão por polias e correias, a polia que transmite movimento e força é chamada polia motora ou condutora. A polia que recebe movimento e força é a polia movida ou conduzida. A maneira como a correia é colocada determina o sentido de rotação das polias. Assim, temos:  Sentido direto de rotação - a correia fica reta e as polias têm o mesmo sentido de rotação;

 

Transmissão de rotação entre eixos não paralelos.

   

       

 

Para ajustar as correias nas polias, mantendo tensão correta, utiliza-se o esticador de correia.

 

 

 

       Já vimos que a forma da polia varia em função do tipo de correia.

 

        RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO

 

        velocidade tangencial (V) é a mesma para as duas polias, e é calculada Na transmissão por polias e correias, para que o funcionamento seja perfeito, é necessário obedecer alguns limites em relação ao diâmetro das polias e o número de voltas pela unidade de tempo. Para estabelecer esses limites precisamos estudar as relações de transmissão.

 

Costumamos usar a letra i para representar a relação de transmissão. Ela é a relação entre o número de voltas das polias (n) numa unidade de tempo e os seus diâmetros.

      

A velocidade tangencial (V) é a mesma para as duas polias, e é calculada pela fórmula:

 

V = p . D . n

 

Como as duas velocidades são iguais, temos:

 

V1 = V2 p. D1. n = p . D2 . n2

 

 

D1. n1 = D2 . n2           ou

n1

=

D2

 

n2

 

D1

 

 portanto

 

n1

=

D2

n2

 

D1

 

 

Onde:

 

D1 = diâmetro da polia menor

D2 = diâmetro da polia maior

n1 = número de rotações por minuto (rpm) da polia menor

n2 = número de rotações por minuto (rpm) da polia maior

 

Na transmissão por correia plana, a relação de transmissão (i) não deve ser maior do que 6 (seis), e na transmissão por correia trapezoidal esse valor não deve ser maior o que 10 (dez).

 

Teste sua aprendizagem. Faça os exercícios, a seguir. Depois confira suas respostas com as apresentadas no gabarito. Marque X a resposta correta.

 

24-EIXOS E ÁRVORES.VOB

27-CABOS.VOB

28-ROSCAS  DE TRANSMISSÃO.VOB

 

          FORÇAS

 

 

          ENGRENAGENS

 

          Engrenagens são rodas com dentes padronizados que servem para transmitir movimento e força entre dois eixos.

          Muitas vezes, as engrenagens são usadas para variar o número de rotações e o sentido da rotação de um eixo para o outro.

 

           Os dentes são um dos elementos mais importantes das engrenagens. Observe, no detalhe, as partes principai do dente de engrenagens

 

Para produzir o movimento de rotação as rodas devem estar  engrenadas. As rodas se engrenam quando os  dentes de uma engrenagem se encaixam nos vãos dos dentes da outra engrenagem.

 

As engrenagens trabalham em conjunto. As engrenagens de um mesmo conjunto podem ter tamanhos  diferentes. Quando um par de engrenagens tem rodas de tamanhos diferentes, a engrenagem maior chama-se coroa e a menor chama-se pinhão.

 

Os materiais mais usados na fabricação de engrenagens são: aço-liga fundido, ferro fundido, cromo-níquel, bronze fosforoso, alumínio, náilon.

 

 

           ENGRENAGENS CILÍNDRICAS

 

 

           Engrenagens cilíndricas têm a forma de cilindro e podem ter dentes retos ou helicoidais (inclinados). Os dentes helicoidais são paralelos entre si mas oblíquos em relação ao eixo.

 

 

Já os dentes retos são paralelos entre si e paralelos ao eixo da engrenagem.

 

As engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais transmitem também rotação entre eixos reversos (não paralelos). Elas funcionam mais suavemente que as engrenagens cilíndricas com dentes retos e, por isso, o ruído é menor.

 

 

 

ENGRENAGENS CÔNICAS

 

            Engrenagens cônicas são aquelas que têm forma de tronco de cone. As engrenagens cônicas podem ter dentes retos ou helicoidais helicoidais.

 

           As engrenagens cônicas transmitem rotação entre eixos concorrentes . Eixos concorrentes são aqueles que vão se encontrar em um mesmo ponto, quando prolongados.

 

 

 

Observe alguns exemplos de emprego de engrenagens cônicas com dentes retos

 

 

 

          

           Cremalheira é uma barra provida de dentes, destinada a engrenar uma roda dentada. Com esse sistema, pode-se transformar movimento de rotação em movimento retilíneo e vice versa.

 

 

 

   Engrenagens IV.VOB

Engrenagem V.VOB

  Engrenagens VI.VOB

 

 

 

ACOPLAMENTOS

 

 

           Acoplamento é um conjunto mecânico, constituído de elementos de máquina, empregado na transmissão de movimento de rotação entre duas árvores ou eixoárvores.

       Classificação

 

Os acoplamentos podem ser fixos, elásticos e móveis

 

Acoplamentos fixos

 

Os acoplamentos fixos servem para unir árvores de tal maneira que funcionem como se fossem uma única peça, alinhando as árvores de forma precisa. Por motivo de segurança, os acoplamentos devem ser construídos de modo que não apresentem nenhuma saliência.

 

           Acoplamento rígido com flanges parafusadas

 

           Esse tipo de acoplamento é utilizado quando se pretende conectar árvores, e é próprio para a transmissão de grande potência em baixa velocidade.

 

ACOPLAMENTO DE DISCOS OU PRATOS

 

Empregado na transmissão de grandes potências em casos especiais, como, por exemplo, nas árvores de turbinas. As superfícies de contato nesse tipo de acoplamento podem ser lisas ou dentadas.

 

 

 

 

 

ACOPLAMENTOS ELÁSTICOS

 

 

 

 

Esses elementos tornam mais suave a transmissão do movimento em árvores que tenham movimentos bruscos, e permitem o funcionamento do conjunto com desalinhamento paralelo, angular e axial entre as árvores. Os acoplamentos elásticos são construídos em forma articulada, elástica ou articulada e elástica stica. Permitem a compensação de até 6 graus de ângulo de torção e deslocamento angular axial.



 

           ACOPLAMENTO PERFLEX

 

           Os discos de acoplamento são unidos perifericamente por uma ligação de borracha apertada por anéis de pressão. Esse acoplamento permite o jogo longitudinal de eixos.

 

           ACOPLAMENTO ELÁSTICO DE GARRAS

 

          As garras, constituídas por tocos de borracha, encaixam-se nas aberturas do contradisco e transmitem o movimento de rotação.

 

 

 

 

ACOPLAMENTO ELÁSTICO DE FITA DE AÇO

 

 

Consiste de dois cubos providos de flanges ranhuradas, nos quais está montada uma grade elástica que liga os cubos. O conjunto está alojado em duas tampas providas de junta de encosto e de retentor elástico junto ao cubo. Todo o espaço entre os cabos e as tampas é preenchido com graxa. Apesar de esse acoplamento ser flexível, as árvores devem estar bem alinhadas no ato de sua instalação para que não provoquem vibrações excessivas em serviço.

 

 

CHAVETAS

 

É um elemento mecânico fabricado em aço. Sua forma, em geral, é retangular ou semicircular. A chaveta se interpõe numa cavidade de um eixo e de uma peça.

 

A chaveta tem por finalidade ligar dois elementos mecânicos.

 

 

Classificação:

 

  As chavetas se classificam em:

 

chavetas de cunha;

chavetas paralelas;

chavetas de disco.

 

As chavetas têm esse nome porque são parecidas com uma cunha. Uma de suas faces é inclinada, para facilitar a união de peças.

 

         As chavetas de cunha classificam-se em dois grupos:

 

chavetas longitudinais;

chavetas transversais. 

                             

CHAVETAS LONGITUDINAIS

 

         São colocadas na extensão do eixo para unir roldanas, rodas, volantes, etc. Podem ser com ou sem cabeça e são de montagem e desmontagem fácil.

 

As chavetas longitudinais podem ser de diversos tipos: encaixada, meia-cana, plana, embutida e tangencial. Veremos as características de cada um desses tipos.

 

 

         Chavetas encaixadas – São muito usadas. Sua forma corresponde à do tipo mais simples de chaveta de cunha. Para possibilitar seu emprego, o rasgo do eixo é sempre mais comprido que a chaveta.

 

 

 

 

         Chaveta meia-cana – Sua base é côncava (com o mesmo raio do eixo). Sua inclinação é de 1:100, com ou sem cabeça. Não é necessário rasgo na árvore, pois a chaveta transmite o movimento por efeito do atrito. Desta forma, quando o esforço no elemento conduzido for muito grande, a chaveta desliza sobre a árvore.

 

 

 

 

 

 

 

        Chaveta plana – Sua forma é similar à da chaveta encaixada, porém, para sua montagem não se abre rasgo no eixo. É feito um rebaixo plano.

 

 

 

 

 

        Chavetas embutidas – Essas chavetas têm os extremos arredondados, conforme se observa na vista superior ao lado. O rasgo para seu alojamento no eixo possui o mesmo comprimento da chaveta. As chavetas embutidas nunca têm cabeça.

 

 

 

 

 

        Chavetas tangenciais – São formadas por um par de cunhas, colocado em cada rasgo. São sempre utilizadas duas chavetas, e os rasgos são posicionados a 120º. Transmitem fortes cargas e são utilizadas, sobretudo, quando o eixo está submetido a mudança de carga ou golpes.

 

 

 

 

 

 

         Chavetas transversais – São aplicadas e em união de peças que transmitem rotativos e retilíneos alternativos.

 

         Chaveta de disco ou meia-lua (tipo woodruff)

É uma variante da chaveta paralela. Recebe esse nome porque sua forma corresponde a um segmento circular.

 

     

         É comunente empregada em eixos cônicos por facilitar a montagem e se adaptar à conicidade do fundo do rasgo do elemento externo.