PREVENIR
ACIDENTES É DEVER DE TODOS
Acidente
zero! Essa é uma meta que deve ser
Alcançada
em toda empresa.
Com
a redução dos acidentes poderão ser eliminados problemas que afetam o homem e a
produção.
Para
que isso aconteça, é necessário que tanto os empresários (que têm por obrigação
fornecer um local de trabalho com boas condições de segurança e higiene,
maquinaria segura e equipamentos adequa- dos) como os trabalhadores (aos quais
cabe a responsabilidade de desempenhar o seu dever com menor perigo possível
para si e para os companheiros) estejam comprometidos com uma mentalidade
preventiva.
Prevenir
quer dizer ver antecipadamente; chegar antes do acidente; tomar todas as
providências para que o acidente não tenha possibilidade de ocorrer. Para
atingir essa mentalidade prevencionista é necessário saber ouvir, orientar e
estar ciente de que...
Por
que prevenir os acidentes? Porque prevenir é mais econômico e sensato que
corrigir. Nesta aula serão analisadas as principais medidas preventivas, de
alcance individual e coletivo, que visam à proteção do trabalhador.
O
EFEITO DOMINÓ E OS ACIDENTES DE TRABALHO
Há
muito tempo, especialistas vêm se dedicando ao estudo dos acidentes e de suas
causas.
Um
dos fatos já comprovados é que, quando um acidente acontece, vários fatores
entraram em ação antes.
Você
já observou o que acontece quando enfileiramos pedras de um dominó e depois
damos um empurrãozinho em uma delas?
Todas
as demais, na seqüência, acabam caindo, até a
derrubada da última pedra.
Podemos
imaginar que algo semelhante acontece quando um acidente ocorre.
PREVENIR
ACIDENTES É DEVER DE TODOS
Baptista
(1974), afirma que Heinrich, em seu livro Industrial Accident
Prevention, que em português quer dizer “”Prevenção do Acidente Industrial”, sugere que a lesão
sofrida por um trabalhador, no exercício de suas atividades profissionais,
obedece a uma sequência de cinco fatores:
1.
Hereditariedade e ambiente social.
2.
Causa pessoal.
3.
Causa mecânica.
4.
Acidente.
5.
Lesão.
A hereditariedade refere-se ao conjunto
de características genéticas, ou seja, transmitidas pelos genes, que passam de
uma geração para outra.
A
cor dos olhos ou o tipo de sangue são exemplos de características físicas
herdadas geneticamente.
Da
mesma forma, certas características psicológicas também são transmitidas dos
pais para os filhos, influenciando o modo de ser de cada um.
Você
já notou com que facilidade uma nova moda se espalha e pega?
Ora
a onda é usar cabelos longos, ora usar a cabeça raspada.
Já
houve a época da minissaia, das roupas hippies e hoje impera a moda do “cada um na sua.
Esses
exemplos servem para ilustrar quanto o ambiente social, formado pelos grupos de
pessoas com os quais cada um se relaciona, direta e indiretamente, afeta o comportamento
das pessoas.
A causa pessoal está relacionada com a
bagagem de conhecimentos e habilidades e com as condições de momento que cada
um está atravessando.
A
probabilidade de envolvimento em acidentes aumenta quando estamos tristes ou
deprimidos, ou quando vamos desempenhar uma tarefa para a qual não temos o
preparo adequado.
A causa mecânica diz respeito às falhas
materiais existentes no ambiente de trabalho.
Quando
o equipamento não apresenta proteção para o trabalhador, quando a iluminação do
ambiente de trabalho é deficiente ou quando não há boa manutenção do
maquinário, os riscos de acidente
aumentam consideravelmente.
Quando
um ou mais dos fatores anteriores se manifestam, ocorre o acidente que pode
provocar ou não lesão no
trabalhador.
O
que podemos fazer para evitar que os acidentes ocorram?
Exercite
sua atenção.
Observe
os dominós. Uma maneira é controlar os fatores que antecedem o acidente.
Não
é possível interferir nas características genéticas de uma pessoa, mas é
possível influenciar sua conduta proporcionando um ambiente social rico em
exemplos positivos.
A
educação e o treinamento do trabalhador para o exercício de suas funções são
recursos importantíssimos para reduzir o risco de acidentes.
Um
trabalhador que conhece bem o seu trabalho e o desempenha com seriedade, atento
às normas de segurança, está muito menos sujeito a um acidente do que um
trabalhador desleixado, que não mostra preocupação com a qualidade de seu
trabalho.
As
causas pessoais também podem ser neutralizadas, observando-se a adaptação do
trabalhador ao seu trabalho, e proporcionando-lhe cuidados médicos e
assistenciais adequados.
Mas
o fator central, mais próximo do acidente, é a causa mecânica!
A
remoção da causa mecânica é o fator que mais reduz a probabilidade de um
acidente ocorrer. A prevenção começa, portanto, pela eliminação ou
neutralização das causas dos acidentes.
ATIVIDADES
PREVENCIONISTAS NA EMPRESA
Em
se tratando de responsabilidade pela segurança na empresa, quem deveria
assumi-la?
Será
que um setor daria conta de tudo que acontece numa empresa?
Não.
Seria um absurdo. A prevenção de acidentes precisa da colaboração de todos.
É
por isso que toda empresa deve ter uma CIPA - Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes.
O
objetivo fundamental da CIPA é a prevenção de acidentes.
Sua
composição e atuação estão definidas por legislação específica - a Norma
Regulamentadora NR-5, da Portaria nº 33 (27/10/83) do Ministério do Trabalho.
A
CIPA tem papel importantíssimo porque possibilita a união de empresários e
empregados para estudar problemas sérios da empresa e descobrir meios e
processos capazes de cercar o local de trabalho da maior segurança possível.
A
CIPA pode contribuir para a solução de problemas, com campanhas e observações
cuidadosas do ambiente de trabalho, ou seja, as inspeções de segurança.
As
campanhas da CIPA têm por objetivo desenvolver uma mentalidade prevencionista
entre os trabalhadores.
Não
basta ser trabalhador.
É
necessário participar! Você sabe quem são os membros da CIPA da sua empresa?
Você
sabe o que a CIPA anda fazendo?
Informe-se
sobre as atividades da CIPA.
Verifique
de que forma você também pode colaborar. Não perca tempo!
QUEM
PROCURA ACHA
Quando
falamos das atividades prevencionista, não podemos deixar de destacar as
inspeções de segurança.
Você
já observou que alguns colegas de trabalho andam pela fábrica, anotando tudo?
São
os Cipeiros (membros da CIPA), fazendo levantamento
dos perigos existentes, para impedi-los de virem a se tornar causas de
acidentes.
Toda
inspeção segue um ciclo de procedimentos básicos que contribui para a
elaboração do mapeamento de riscos, ou seja, uma metodologia de inspeção dos
locais de trabalho tornada obrigatória a partir da publicação da Norma
Regulamentadora do Ministério do Trabalho NR-9, de 17/8/92.
Como
já vimos, os acidentes são evitados com a aplicação de
medidas específicas de segurança, selecionadas de forma a estabelecer
maior eficácia na prática.
As
prioridades são:
o Eliminação do risco –
significa torná-lo definitivamente inexistente. Vamos citar um exemplo: uma
escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Esse risco
poderá ser eliminado com a troca do material do piso por outro, emborrachado
e antiderrapante. |
|
o Neutralização do risco –
o risco existe, mas está controlado. Essa alternativa é utilizada na
impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco. Vejamos
um exemplo: as partes móveis de uma máquina – polias, engrenagens, correias
etc. - devem ser neutralizadas com anteparos protetores, uma vez que essas
partes das máquinas não podem ser simplesmente eliminadas. |
|
o
Sinalização
do risco – é a medida que deve ser
tomada quando não for possível eliminar ou isolar o risco. Por exemplo:
máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com placas de advertência; locais
onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados.
o
Proteção
coletiva X proteção individual As medidas de proteção coletiva, isto é, que
beneficiam a todos os trabalhadores, indistintamente, devem
ter prioridade, conforme determina a legislação que dispõe sobre
Segurança e Medicina do Trabalho.
Os
equipamentos de proteção coletiva são conhecidos pela sigla EPC.
Os EPCs devem ser mantidos nas condições que os especialistas
em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que apresentarem
qualquer deficiência.
Veja alguns exemplos de aplicação de EPCs:
o
Sistema de exaustão que elimina gases,
vapores ou poeiras contaminantes do local de trabalho;
o
Enclausuramento,
isto é, fechamento de máquina barulhenta para livrar o ambiente do ruído
excessivo;
o
Comando bimanual,
que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo, durante o ciclo de uma
máquina;
o
Cabo de segurança para conter equipamentos
suspensos sujeitos a esforços, caso venham a se desprender.
Quando
não for possível adotar medidas de segurança de ordem geral, para garantir a
proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, deve-se utilizar os equipamentos de proteção individual,
conhecidos pela sigla EPI.
São
considerados equipamentos de proteção individual todos os dispositivos de uso
pessoal destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador.
Os
EPIs não evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz com a proteção
coletiva.
Apenas
diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes.
Veja um exemplo:
Luís ia derramar metal fundido
dentro de um molde, com uma concha. Ele não percebeu que havia um
pouco de água no fundo do molde. Ao derramar o metal, este reagiu com
a água, causando uma explosão que atingiu o rosto de Luís. |
Felizmente
Luís estava usando protetor facial. Isso impediu que seu rosto e seus olhos
fossem atingidos.
Graças ao uso correto do
EPI, Luís saiu dessa sem qualquer lesão.
Existem
EPIs para proteção de praticamente
todas as partes do corpo. Veja alguns exemplos:
o
Cabeça e crânio: capacete de segurança
contra impactos, perfurações, ação dos agentes meteorológicos etc. |
|
o
Olhos: óculos contra impactos, que
evita a cegueira total ou parcial e a conjuntivite. É utilizado em trabalhos
onde existe o risco de impacto de estilhaços e cavacos. |
|
o
Vias respiratórias: protetor
respiratório, que previne problemas pulmonares e das vias respiratórias, e deve ser utilizado em ambientes com poeiras, gases,
vapores ou fumos nocivos. |
|
o
Face: máscara de solda, que protege
contra impactos de partículas, respingos de produtos químicos, radiação (infravermelha
e ultravioleta) e ofuscamento. Deve ser utilizada nas operações de solda. |
|
o
Ouvidos: concha, que previne contra a
surdez, o cansaço, a irritação e outros problemas psicológicos. Deve ser usada
sempre que o ambiente apresentar níveis de ruído superiores aos aceitáveis,
de acordo com a norma regulamentadora. |
|
o
Mãos e braços: luvas, que evitam
problemas de pele, choque elétrico, queimaduras, cortes e raspões e devem ser
usadas em trabalhos com solda elétrica, produtos químicos,
materiais cortantes, ásperos, pesados e quentes. |
|
o
Pernas e pés: botas de borracha, que
proporcionam isolamento contra eletricidade e umidade. Devem ser utilizadas
em ambientes úmidos e em trabalhos que exigem contato com produtos químicos. |
|
o
Tronco: aventais de couro, que
protegem de impactos, respingos de produtos químicos, choque elétrico,
queimaduras e cortes. Devem ser usados em trabalhos de soldagem elétrica, oxiacetilênica, corte a quente etc. |
|
A
lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho, mediante
certificados de aprovação (CA).
As
empresas devem fornecer os EPIs gratuitamente aos trabalhadores que deles
necessitarem.
A lei
estabelece também que é obrigação dos empregados usar os equipamentos de
proteção individual onde houver risco, assim como os demais meios destinados a
sua segurança.
É
tarefa do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT) e da CIPA ou, na falta desses, do empregador, determinar o
tipo adequado de EPI em face do risco que irá neutralizar e quais as pessoas na
empresa que deverão utilizá-los.
O
treinamento é uma fase importante no processo de utilização dos EPIs. Quando o
trabalhador recebe instruções sobre a maneira correta de usar o EPI, aceita o
melhor.
Sendo
assim, quando tiver dúvidas sobre a utilização de um EPI, peça esclarecimentos
ao setor de segurança de sua empresa.
Controle e conservação dos equipamentos
de proteção
Cabe
ao setor de segurança da empresa, juntamente com outros setores competentes,
estabelecer o sistema de controle adequado.
A
conservação dos equipamentos é outro fator que contribui para a segurança do
trabalhador.
Portanto,
cada profissional deve ter os seus próprios equipa- mentos e deve ser
responsável pela sua conservação. Lembre-se: se cada um de nós pensar e atuar com segurança, os acidentes praticamente
poderão ser eliminados.
Não
é qualquer EPI que atende a legislação e protege o trabalhador. Apenas aqueles
que têm o número do CA e a marca do fabricante gravada no produto é que
oferecem proteção efetiva. Cabe ao trabalhador zelar pela própria segurança,
recusando os EPIs que não tenham o CA e a
identificação clara do fabricante!
Faça
sua parte. Comece refletindo sobre os assuntos apresentados nesta aula.
14 ANIMAÇÃO SEGURANÇA NO TRABALHO - NAPO 2 6.FLV
FAÇA
OS EXERCÍCIOS DA APOSTILA